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projeto integrado da AMAZÔNIA revista edição 01

Seja bem-vindo!

Esta é a primeira edição da revista eletrônica do Projeto Integrado da Amazônia, uma parceria da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Neste conteúdo multimídia vamos mostrar as atividades do projeto e os avanços em relação à conservação da Amazônia, a maior floresta tropical natural com uma das maiores biodiversidades do planeta.

Você vai ver:

  1. Missão: reduzir o desmatamento e a degradação na Amazônia
  2. Embrapa inicia projeto com pescadores artesanais no Norte
  3. Viaje até a floresta através do vídeo oficial do Fundo Amazônia

Para tornar a sua leitura mais gostosa, compartilhamos uma playlist com sons da floresta. Clique no botão abaixo, ajuste seu volume e inicie essa imersão pela Amazônia:

Missão: reduzir o desmatamento

Quando se fala de ciência os pesquisadores pedem um tempo médio a longo para o desenvolvimento de seus experimentos, a fim de obter resultados confiáveis. Mas, nem sempre é assim, alguns problemas são tão emergenciais que não podem esperar muito tempo.

Esse é o caso do Bioma Amazônico, sujeito a fortes pressões antrópicas de uso e ocupação das terras.

Ao aceitar em 2018 o desafio do Fundo Amazônia, feito pelo BNDES, a Embrapa comprometeu-se com um projeto de curtíssimo prazo, fora da lógica tradicional da produção científica e, devido à experiência de seus pesquisadores nos territórios amazônicos, já está colhendo resultados importantes.

Após o segundo ano de execução, e mesmo com a pandemia, a Embrapa vem avançando com propostas integradoras e participativas que envolvem os principais atores que convivem no bioma por meio de um grande plano estratégico baseado, principalmente, em transferência de tecnologia.

Trata-se do Projeto Integrado da Amazônia (PIAmz)

esse projeto é orientado à redução do desmatamento e da degradação florestal nos territórios do Bioma Amazônia.
metas do projeto
  • Capacitar agentes multiplicadores em práticas sustentáveis de produção de alimentos e recuperação de áreas;
  • Capacitar no monitoramento do desmatamento, degradação florestal e serviços ecossistêmicos;
  • Aumentar a diversificação de espécies na produção familiar agrícola;
  • Apoiar políticas ambientais e aplicação de normas de adequação ambiental para contribuir com a redução do desmatamento;
  • Promover a restauração produtiva priorizando espécies nativas nos territórios do bioma.
O Projeto Integrado da Amazônia

O Grande Projeto – PIAmz desdobra-se em 19 projetos de ação nos territórios amazônicos desenvolvidos por 14 Unidades Descentralizadas da Embrapa (dentro e fora do Bioma). Nesse período de 24 meses, os projetos estão contribuindo para ampla disseminação de alternativas de produção agropecuárias e florestais de baixo carbono, melhoria socioambiental e desenvolvimento territorial sustentável da região.

O projeto se concentra nos municípios-alvo do Plano de Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia Legal (PPCDAM), Territórios da Cidadania e nos municípios onde são desenvolvidas grandes obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) na região.

E também nas regiões com maior conservação da cobertura florestal no bioma Amazônia.

São mais de 600 atividades em 9 Estados da Amazônia Legal

O objetivo é aumentar a consciência das comunidades tradicionais familiares sobre a viabilidade de produzir e conservar ao mesmo tempo, dando valor à proteção das florestas e seus recursos naturais, com incentivos às cadeias produtivas locais e ao manejo econômico da biodiversidade.

Para isso, os projetos têm investido fortemente em ações participativas, capacitações e alianças com moradores, sejam eles agricultores, ribeirinhos, comunidades tradicionais, assentados da reforma agrária, quilombolas ou extrativistas.
resultados em 2 anos:
  • 7.714 agentes multiplicadores capacitados para atividades econômicas com o uso sustentável da floresta e ações de monitoramento do desmatamento;
  • 314 eventos de capacitação técnica
  • 111 trabalhos técnicos-científicos publicados com resultados dos 19 projetos
  • Relacionamento com 96 instituições no bioma Amazônia, agregando valor a produtos da biodiversidade amazônica, ampliando matérias-primas, bem como atuando na produtividade e na rentabilidade de sistemas de manejo florestal sustentáveis (madeireiro e não madeireiro);
  • Instalação de 47 Unidades de Referência Tecnológica em locais estratégicos, como propriedades de agricultores da região, para multiplicar rapidamente o conhecimento;
  • Geração de três novas tecnologias específicas para a Amazônia;
  • Solicitação de uma patente para reconhecer a originalidade dos processos de desenvolvimento.

As sementes plantadas há dois anos...

já estão crescendo...

e gerando belos resultados!

Um dos maiores desafios no trabalho de conservação e restauração florestal na Amazônia é a alta ocorrência de queimadas e incêndios florestais.

Por isso pesquisadores da Embrapa capacitam agentes locais e desenvolvem tecnologias para monitorar e emitir alertas de incêndios em áreas-piloto na Amazônia.

As ações de prevenção, monitoramento e controle de fogo no Projeto Integrado da Amazônia, segundo o pesquisador Haron Xaud (Embrapa Roraima), não visam só minimizar os impactos aos recursos naturais.

Elas também garantem a segurança da população e da produção agropecuária e florestal na Amazônia.

Essas ações do TERRAMZ não envolvem combate direto a incêndios florestais, mas contribuem com aplicações e treinamentos que ajudam a melhorar o enfrentamento do fogo pelos órgãos de fiscalização e combate. Elas complementam ações de órgãos como INPE, PrevFogo, ICMBIO, Defesa Civil, OEMAs.

Além disso, a Embrapa na Amazônia atua na prevenção de incêndios através da difusão de tecnologias sem uso do fogo na agropecuária.

Tecnologias colaborativas para a restauração florestal

Uma das três tecnologias geradas e já disponíveis para as comunidades atendidas pelos projetos da Embrapa no Fundo Amazônia é o aplicativo AGROTAG-VEG.

o aplicativo foi desenvolvido em sistema Android para acesso via tablet ou smartphone

Ele permite que os próprios agricultores e técnicos de Assistência Técnica e Extensão Rural (ATER) registrem, por meio do celular, informações básicas e fotografias sobre restauração e recomposição florestal com apoio de mapas e imagens de satélite.

Ele é um aplicativo para Uso e Cobertura de Terras e Sistemas Produtivos Agropecuários e Florestais + protocolo de Recomposição Florestal

Esse protocolo integra ações colaborativas de usuários com dados geoespaciais fornecidos pela Embrapa e instituições governamentais, além de incluir dados de diferentes sensores remotos, com a facilidade de ser acessado por sistemas mobile.

“Esse é um diferencial do aplicativo, permitindo tanto apoiar projetos de pesquisa em rede, quanto contribuir com o apoio a políticas públicas e no monitoramento ambiental, por exemplo” - Ladislau Skorupa, pesquisador da Embrapa Meio Ambiente (SP)

A coordenadora geral do Projeto Integrado da Amazônia, Michelliny Bentes, pesquisadora da Embrapa Amazônia Oriental, diz que os resultados estão aparecendo...

E aos poucos o Projeto Integrado está se somando aos avanços que as pesquisas das Unidades da Embrapa na Amazônia têm viabilizado à sociedade até aqui.

“Estamos conseguindo capacitar agentes multiplicadores, com a formação de um ambiente participativo para a troca de conhecimentos, dando voz ao homem do campo, e realizando ações objetivas para a recuperação sustentável de áreas alteradas no bioma, com forte participação das pessoas dos territórios.”

Segundo a pesquisadora, o foco na diversificação de culturas para sustentar a produção familiar, priorizando espécies nativas, está sintonizado com a necessária adequação ambiental.

“O objetivo é contribuir com a redução do desmatamento na região, o que vai se constituir no maior agregado tecnológico para o futuro do bioma" - Michelliny Bentes.

Embrapa inicia projeto com pescadores artesanais

“A gente espera que o projeto vá até o fim e as pessoas respeitem mais o pescador”

Essa é a expectativa de Dona Dora, presidente da Colônia de Pescadores de Esperantina, município que fica no Bico do Papagaio, extremo Norte do Tocantins. Essa é uma das regiões em que haverá atividades do projeto Monitoramento e manejo participativo da pesca artesanal como instrumento de desenvolvimento sustentável em comunidades da região amazônica.

O Propesca, como vem sendo chamado, é um projeto liderado pela Embrapa Pesca e Aquicultura (Palmas-TO) e conta com parcerias tanto dentro como fora da empresa.

O desembarque do pescado será acompanhado e monitorado em 10 municípios.

O projeto aproveita a experiência desenvolvida em comunidades de 4 municípios do Pará.

Sob a coordenação da professora Cristiane Cunha, da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa), foi feito monitoramento de maneira participativa do desembarque de centenas de pescarias em dois rios: o Araguaia e o Tocantins.

Integrado ao Propesca coordenado pela Embrapa, o trabalho entra numa nova fase e poderá incrementar de forma positiva vários aspectos que já estão em construção e que têm o potencial de consolidar.

Como o levantamento de dados da produção pesqueira de forma mais abrangente e com possibilidades de análise a nível regional.

Cristiane coordena as ações no Pará
“numa bacia impactada em grande escala e sujeita a novas alterações nos últimos anos, ter estes dados é importante para tomadas de decisão futuras...
“Além disso, a própria característica das ações realizadas de forma participativa e colaborativa infere de forma positiva na organização das comunidades pesqueiras e no empoderamento das problemáticas locais como forma de fortalecer a luta social por políticas públicas para a pesca”.

Cristiane Cunha

Uma das comunidades trabalhadas no projeto da universidade é a de Santa Teresinha do Tauiri, que fica no município de Itupiranga.

São 170 famílias, de acordo com Nilton Melo, conselheiro da associação local de extrativistas.

Na última semana, ele participou de reunião na Embrapa em Palmas, quando foi apresentado e discutido o projeto.

“A gente vai ter uma boa orientação com essa parceria, se tudo der certo e a comunidade se interessar, igualmente como eu estou me interessando”, diz Nilton
Roraima e Tocantins

O projeto com pescadores artesanais da Amazônia também terá ações no sul de Roraima. Nessa região, a coordenação está a cargo do pesquisador Sandro Loris, da Embrapa Roraima (Boa Vista-RR). Ele conta que esta é a primeira aproximação da Unidade com o setor pesqueiro do estado:

“a atuação da Embrapa Roraima até o momento é de aproximação das colônias, conhecendo seu funcionamento, levantando suas demandas e conversando sobre a atuação do Propesca nessa representação do setor pesqueiro”.

No estado, o projeto pretende fazer mais do que o monitoramento pesqueiro nas comunidades de Caracaraí, Rorainópolis e São Luiz do Anauá. Segundo o pesquisador, vai ser realizada a capacitação dos atores da pesca (ribeirinhos, pescadores, atravessadores, feirantes e consumidores) sobre diversas questões do seu cotidiano.

"Exemplo disso são as capacitações sobre o monitoramento pesqueiro, legislação pesqueira e trabalhista, beneficiamento do pescado, regularização fundiária, empreendedorismo e gestão da atividade, entre outras”, diz sandro.

Já no Tocantins, que tem ações previstas em comunidades dos municípios de Araguacema, Araguatins, Couto Magalhães, Esperantina e Xambioá, quem está à frente é Onivaldo Rocha, Engenheiro de Pesca da Cooperativa de Trabalho, Prestação de Serviços, Assistência Técnica e Extensão Rural (COOPTER), instituição também parceira da Embrapa no Propesca.

A Cooperativa já atua em outros projetos sobre pesca artesanal coordenado pela Embrapa, o PescAraguaia, que trabalha com comunidades do lado tocantinense do Rio Araguaia e o projeto PESCAR, coordenado pela própria COOPTER.

Onivaldo coordena o trabalho no Tocantins
“O PROPESCA vem levantando uma importante bandeira pra sustentabilidade da pesca artesanal e valorização dos pescadores, a partir da geração de dados primários pra gestão da pesca. A COOPTER soma esforços neste trabalho pioneiro no Tocantins”, diz onivaldo.

Quem está à frente do projeto como um todo é Adriano Prysthon, pesquisador da Embrapa Pesca e Aquicultura.

Ele destaca o papel dos próprios pescadores artesanais quando se fala em geração de informações confiáveis e em implantação de políticas públicas para o setor.

“Só a apropriação destas informações por este público e suas lideranças pode provocar um círculo virtuoso e atrair as demais instituições pelo desenvolvimento coletivo e sustentável da pesca. Gestores e instituições locais, regionais ou nacionais poderão se envolver na construção de políticas mais ajustadas às necessidades do setor, sejam elas produtivas, ambientais ou sociais”.

O Propesca possui também atividades relacionadas a 3 outras áreas:

  • gerencial,
  • avaliação de impacto,
  • e gestão da comunicação.

Esta última terá suas ações em sintonia com o Amazocom, projeto que trabalha com comunicação popular em comunidades amazônicas.

Tanto o Amazocom como o Propesca integram o Projeto Integrado para a Produção e o Manejo Sustentável do Bioma Amazônia, que a Embrapa coordena na região.

Esse projeto integrado é a maneira pela qual a empresa participa do Fundo Amazônia e tem os recursos financeiros operacionalizados pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

viaje pela amazônia

Vídeo Fundo Amazônia

Agora que você já conhece algumas atividades e conquistas dessa parceria da Embrapa com o BNDES, que tal uma viagem até a Amazônia? Com lindas imagens, esse vídeo te leva para dentro da floresta e mais perto das comunidades locais e dos agentes dos projetos de preservação. É só dar play!

Esperamos que tenha gostado dessa viagem pela amazônia

Equipe revista digital

Projeto Integrado da Amazônia

Comitê editorial:

Ana Laura Silva de Lima Costa, Antônio Luiz Oliveira Heberlê, Priscila Viudes, Renata Kelly da Silva, Sabrina Maria Morais Gaspar, Selma Lúcia Lira Beltrão

Jornalistas responsáveis:

Antônio Luiz Oliveira Heberlê, Selma Lúcia Lira Beltrão

Edição e diagramação:

Amanda Santo e Gustavo Schwabe

Para comentários ou mais informações, fale com a gente:
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