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Do Karamoja para as ruas de Kampala... As crianças abandonadas na capital do uganda

Fogem das zonas rurais e acreditam que na cidade tudo é mais fácil. As próprias famílias incentivam a partida, mas os menores acabam vítimas do tráfico de pessoas, criminalidade e exploração sexual. Grande parte chega do Karamoja, no norte do Uganda, uma região árida que vive da criação de gado. Em Kampala habitam as ruas e os bairros mais degradados da capital do Uganda.

O Padre John Bosco Mubangizi é Missionário Comboniano. Trabalhou na região do Karamoja durante alguns anos. De regresso à capital descobriu na rua rostos que conhecia. Deste então tenta resgatar estas crianças, dar-lhes acesso a educação e às necessidades mais elementares.

"Algumas lembram-se de mim, outras conheceram-me aqui e eu pensei que o pastor tem de ir atrás das ovelhas. Começámos a rezar em conjunto e procuro que retomem os estudos e se preparem para a vida com uma profissão que lhes garanta o futuro" refere.

A Diocese de Moroto, região do Karamoja, tem em Kampala um centro de acolhimento para estas crianças. É a forma de as tirar da rua e trabalhar para um futuro reagrupamento familiar.

O Padre John Bosco e o Centro de acolhimento trabalham junto das entidades governamentais para uma maior proteção dos menores que, nestes bairros, são muito vulneráveis às solicitações da criminalidade.

Kampala tem 1 milhão e 600 mil habitantes, uma parte significativa habita a periferia degradada e pobre. É aí que se encontram as crianças do Karamoja, uma região historicamente crítica do poder presidencial e como tal negligenciada pelas medidas de desenvolvimento.

É na Paróquia de Nsambya, junto dos bairros mais pobres de Kampala, que a Diocese de Moroto desenvolve este trabalho de recuperação dos menores. Um estrutura social gerida por uma diocese que fica a 700 quilómetros de distância mas apostada em resgatar as crianças que partiram para a capital .

O Padre John Bosco e os técnicos deste centro querem parar esta corrente migratória das crianças do norte em direção à capital. Para tal tentam envolver as autoridades e dar apoio escolar e formação profissional aos jovens.

O que se pretende é que regressem a Karamoja, a sua casa, na posse de competências que lhes permitam uma profissão e a subsistência.

A ação missionária com a marca comboniana, uma diocese que se mobiliza e vai longe resgatar as crianças que partiram e as tenta recuperar para a família, para um futuro e uma vida digna.

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